Fazendo uma análise geral, a partir de leituras de Marx, a escola, no ensino reproduz os
modelos instituídos nas fábricas. E vai além, pois não se restringe a estrutura
e padrões, ela também fornece mão de obra para o sistema capitalista, atendendo
as demandas do mercado. Nesse sentido, a alienação está presente desde a
escola, que em sua formação produz e reproduz a cultura dominante e as
desigualdades sociais, gerando alienados ao sistema, que não se percebem assim.
Marx (2007, p. 6) propõe então que “o trabalho alienado aliena a natureza do
homem e aliena o homem de si mesmo.”
Podemos dizer que, nos moldes que se apresenta
a educação, o Estado busca uma hegemonia política, concebendo a escola como uma
empresa, que precisa ser eficiente, e
esta cumpre seu papel. Conhecimento de forma rápida, fragmentada, cidadão mínimo:
a escola há muito deixou de ser um lugar de aprender a aprender, de forma
significativa e autônoma. Hoje ela é um local que reproduz as desigualdades,
tanto sociais, culturais, quanto capitais.
Para que a educação alce novos
rumos, em direção a autonomia, formação plena, pautada pela igualdade, é
preciso que o país tome novos rumos e o Estado considere o indivíduo como um
cidadão, portador de direitos e deveres, capaz de opinar, numa relação
democrática. A educação não pode estar a serviço do sistema capitalista. Ela
deve ser de cunho emancipatório, com vistas a dar oportunidades iguais a todos.
Referências
MARX, Karl. Manuscritos Econômico Filosóficos.Revista Crítica Marxista. Disponível em: <http://periodicos.ufc.br/dialectus/article/viewFile/5219/3851> Acesso em nov. de 2017.
MARX, Karl. Maquinaria e Trabalho Vivo: Os Efeitos da Mecanização Sobre o
Trabalhador. Disponível em: Revista Crítica Marxista. Extraído de "Zur
Kritik der Politischen Okonomie (Manuskript 18611863)", MEGA, 11, 3.6, Berlim, 1982, pp. 205359.
Traduzido do original alemão por Jesus I. Ranieri.
MARX, Karl. Trabalho Assalariado e Capital. Publicado segundo o texto de: Karl
Marx, Lohnarbeit und Kapital. Separata da Neue Rheinische Zeitung de 1849.
Traduzido do alemão. Obras Escolhidas
em três tomos, Editorial"Avante!"
Edição dirigida por um coletivo composto por: José BARATAMOURA, Eduardo
CHITAS, Francisco MELO e Álvaro PINA.
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