terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ser professor...

Para Tardif e Raymond (2000), ser professor é uma questão de identidade, algo que carrega características e marcas da vida do sujeito, cada um é ao seu modo, sem modelos ou receitas prontas, a serem aplicadas de forma genérica:

Se uma pessoa ensina durante trinta anos, ela não faz simplesmente alguma coisa, ela faz também alguma coisa de si mesma: sua identidade carrega as marcas de sua própria atividade, e uma boa parte de sua existência é caracterizada por sua atuação profissional. Em suma, com o passar do tempo, ela tornou-se–aos seus próprios olhos e aos olhos dos outros–um professor, com sua cultura, seu éthos, suas idéias, suas funções, seus interesses etc. (TARDIF e RAYMOND, 2000, p.210).

Ser um bom professor, de acordo com Nóvoa (2017) é algo impraticável de estabelecer. Isso se refere ao “Tato pedagógico”: 

E também essa serenidade de quem é capaz de se dar ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar. Saber conduzir alguém para a outra margem, o conhecimento, não está ao alcance de todos. No ensino, as dimensões profissionais cruzam-se sempre, inevitavelmente, com as dimensões pessoais. (NÓVOA, 2017, p.3) 

Ser professor é um emaranhado de vivências, não consiste em algo pronto. É uma profissão construída na prática, no fazer pedagógico e na convivência com os educandos.

REFERÊNCIAS

NOVOA, Antônio. Para uma formação de professores construída dentro da profissão. Lisboa: Universidade de Lisboa, s.d. Disponível em:
<http://www.revistaeducacion.educacion.es/re350/re350_09por.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017.

TARDIF, Maurice; RAYMOND, Danielle. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério.Educação & Sociedade, ano XXI, n. 73, p. 209-244, dez. 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302000000400013&script=sci_abstract&tlng=pt>.Acesso em: 25 set. 20