Jean Jacques Rousseau (1712-1778), segundo Nicola
(2005, p 302) era inconformista, individualista, também coletivista, certamente
iluminista, até romântico e também o filósofo mais diversamente interpretado
da história. Uns dizem que ele inspirou a revolução francesa, outros dizem que
o autor critica a sociedade global moderna e outros ainda defendem que ele é um
nostálgico sonhador de uma inocência primitiva da sociedade. Mas todos
concordam que ele, com sua obra Emílio,
iniciou a pedagogia moderna. Nasceu em Genebra em 1712, filho de uma pequena
família burguesa, perdeu a mãe ao nascer e cresceu com uma vida conturbada e
solitária.
Emílio é a obra que conta a
história de um menino, educado segundo as leis da natureza, no campo,
sob os cuidados de um educador discreto, que não tinha como objetivo ensinar
diretamente, mas sim, facilitar o desenvolvimento de seu pupilo. Assim o educador transmitirá o pensamento cientifico
sem destruir a natureza bondosa do educando, pois essa para o autor, seria a educação ideal, aquela em que o educador apenas media o processo para que o aluno aprenda por si mesmo, sem ter influencia moral da sociedade, satisfazendo suas naturais curiosidades, e desfrutando de situações que favoreçam seu crescimento espontâneo, explorando e aprendendo com seus instintos e experiências.
O pensamento Rousseauniano questiona, porque
contrariamos a regra da natureza, se ela nos indica o caminho a ser seguido,
nos fortalece e nos promove experiências de crescimento. “A natureza educa os
sentidos, o ensino a mente, a experiência e o comportamento”. (NICOLA, 2005,
p.303). Para Rousseau, o nosso estado natural nos dá suporte para nossa
educação, nos fazendo pensar através de experiências, que nos propiciam um
comportamento natural para cada situação, pois para o autor, devemos deixar as
coisas acontecerem naturalmente, sem forçar uma educação ou intervir no caminho
natural das coisas ou a própria ação da natureza sobre nós.
Segundo sua pedagogia, não
devemos imitar ou aprender com alguém, para sermos educados, devemos deixar que
o caminho natural das coisas nos leve a aprendizagens experiências que irão
desenvolver nossa educação e nossa cognição. Para ele, o equilíbrio entre o
meio e natureza faz com que, o individuo aprenda sem influencias da sociedade
em sua educação.
REFERÊNCIA
CHAUÍ,
Marilena. Convite à filosofia. 13ªed.
São Paulo: Ática, 2008.
NICOLA,
Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia,
das origens à idade moderna. 10ªed. São Paulo: Globo, 2005.
ROUSSEAU, Jean
Jacques. Emílio ou da Educação. Tradução:
Sérgio Miliiet. 3° ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
ROUSSEAU,
Jean Jacques. Os pensadores. Tradução,
Lurdes Santos Machado. 2ª ed. São Paulo: Abril cultura, 1978.