Em um mundo cada vez mais conectado, em que as pessoas não tem tempo para os filhos, para conversar, conviver e socializar, o que resta a nossas crianças? Sobreviver a essa esmagadora sociedade cada vez mais egocêntrica. Nesse sentido, o escritor Eduardo Galeano (1940-2015) descreveu em seu livro "De pernas pro ar, a escola do mundo ao avesso", o caos que vivemos:
"Dia após dia nega-se às crianças o direito de ser crianças. Os fatos zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana. O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que se acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo. E os do meio, os que não são ricos nem pobres, conserva-os atados à mesa do televisor, para que aceitem desde cedo, como destino, a vida prisioneira. Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças."(GALEANO, 2015, p.11).
Para que esta triste realidade descrita pelo autor deixe de ocorrer, é preciso que o professor tenha consciência de seu papel de educador. Ser professor vai muito além de ensinar. Hoje o conhecimento esta em toda a parte, para que todos aprendam. Cabe ao educador orientar os alunos em relação aos saberes e formar cidadãos mais humanos e conscientes. Nesse sentido o professor tem o poder de elevar a autoestima dos alunos, influenciando-os, sendo exemplo. Por isso, os nossos alunos precisam ser percebidos como crianças, seres humanos com vida além da escola. Pensar em suas necessidades no seu todo, tanto afetivas, sociais, pedagógicas, quanto olhá-los de maneira única, ouvi-los e aprender com eles. Pois só assim, através de um olhar individual e humano será possível auxiliar os alunos em seus processos de aprendizagem e possibilita-los a oportunidade de serem crianças e fazerem a sua história.
Referência:
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: A escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM, 2015.
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